Capim Macio, Jiqui, Neópolis, Felipe Camarão, Pirangi e Pajuçara ainda possuem nível do poluente superior ao permitido pelo Ministério da Saúde.
O sabor é imperceptível, mas os riscos à saúde são notáveis. O nitrato, composto químico resultado da degradação de excrementos humanos que circula pelas fossas sépticas, apresenta taxas elevadas em seis bairros de Natal, de acordo com o último levantamento feito pela Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern).
Capim Macio, parte de Neópolis, Jiqui, Pirangi, Felipe Camarão e Pajuçara estão com o nível de 10mg/L acima do permitido pela portaria 518/04 do Ministério da Saúde. Em nível geral, a taxa de contaminação por nitrato na capital potiguar está avaliada entre 12 e 14% na rede de águas.
O número sofreu redução em relação ao último levantamento da Caern. Em 2009, o então diretor-presidente da Companhia, Walter Gasi, revelou que o número anterior apontava para o nível de 20% em toda Natal.
Como forma de compensação, nos bairros onde o nível de nitrato está acima do permitido, a Caern passou conceder descontos de 50% no valor global da fatura mensal de água. Entretanto, a medida não tem relação com a redução das impurezas.
Para a Companhia, a solução para os problemas está na conclusão da adutora do Jiqui, que contemplará os bairros de Capim Macio, parte de Neópolis, Jiqui e Pirangi. Para Felipe Camarão a solução parece ser um pouco mais demorada. Será necessária a construção de uma subadutora derivada do Jiqui.
Com isso o volume de água circulante aumentará, causando a diluição do nitrato presente da rede. A ideia é que ainda na segunda quinzena de agosto o nível esteja normalizado nos bairros fora da Zona Norte.
O caso de resolução a médio ou longo prazo é o de Pajuçara. Para a estabilização do problema, será necessário tirar do papel a adutora Rio Doce, contrato compartilhado entre Caern e Prefeitura do Natal orçada em R$ 3,1milhões, dos quais R$ 2.910.000 provenientes da AGU e R$ 265 mil de contrapartida da Prefeitura Municipal.
Para o secretário-adjunto de Operação da Secretaria Municipal de Obras Públicas e Infra-estrutura (Semopi), Sueldo Medeiros, a previsão de início das construções da adutora Rio Doce é de seis meses, quando deve ser concluído o processo licitatório e os trâmites burocráticos.