Repórter: Fábio Farias
Foto: Humberto Sales/NJ
Humberto de Carvalho se disse estarrecido com o andamento das obras
Os moradores da Rua João Motta, no bairro de Capim Macio, estão preocupados com as obras de drenagem e pavimentação executadas pela prefeitura. Na última quarta-feira (3), a população foi surpreendida pela implantação em um trecho da rua de um meio fio cujo nível é pelo menos dez centímetros maior do que as calçadas das residências. Quem mora ali teme ter a casa inundada em decorrência do desnível criado e não esconde a revolta.
O advogado Humberto de Carvalho, 34, diz estar estarrecido com o rumo que as obras tem tomado. “Eu entendo que uma obra dessa magnitude signifi que transtornos para os moradores. Isso eu não questiono. O problema é esse meio fio que está muito acima das nossas casas. A pista também, porque o nível do que for assentado na rua vai ser maior. Quando chover vai ficar todo mundo com a casa alagada”, pondera.
Chateado, ele diz não ser possível elevar a calçada, porque isso implicaria custos adicionais e não resolveria de fato o problema. “Se eu subir a calçada, vou ter que subir portão, trilho e muro. E depois, eu faço o quê com a casa, que vai continuar abaixo do nível da rua? Vou subir ela também?”, questiona.
Humberto conta que quitou recentemente o pagamento da casa, depois de 20 anos. "Disseram que a culpa era nossa por haver construído as casas tão ‘baixas’. Não tem cabimento argumentar isso porque as casas foram compradas assim da mão de construtoras e financiadas pela Caixa Econômica Federal”.
Humberto afirma ter procurado o secretário diversas vezes para tratar do assunto, mas que nunca obteve sucesso. O morador também questiona o fato de nunca ter tido acesso ao projeto da obra, que ele qualifi ca de irresponsável, e de algumas casas terem tido a calçada diminuída enquanto outras permaneceram intactas, fazendo com que a rua se estreitasse em um determinado trecho. “Se não resolverem a situação eu vou entrar com uma denúncia no Ministério Público. Na frente da minha casa eles não vão pavimentar nada, só se a máquina passar por cima de mim”, adverte Humberto.
Algumas casas depois, o professor universitário e jornalista Emanoel Barreto compartilha da mesma indignação. “Quando chove forma um córrego que vem de cima para baixo trazendo areia, que se sedimenta”, explica. Por causa disso, as ruas de barro subiram de nível, razão pela qual o meio fio também foi posicionado a uma altura proporcional. A solução para o problema, segundo Emanoel e Humberto, seria rebaixar a rua com o auxílio de máquinas. “É algo simples que eu não entendo porque não fizeram. Se persistirem, vou solicitar o embargo das obras junto ao MP e exigir que ela seja refeita”, afirma Emanoel, que para evitar problemas com o alagamento, comuns naquela área, ergueu muretas de cerca de 40 centímetros de altura na garagem e na entrada da casa.
“É uma vergonha a prefeitura permitir que a obra seja feita dessa forma, sabendo dos riscos. Fomos rebaixados à condição de animais”, lamenta Emanoel.
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