Repórter: Débora Ramos
Drenagem de Capim Macio
A Audiência Pública marcada para a manhã desta terça-feira (20) para discutir detalhes do plano de drenagem do bairro de Capim Macio reuniu representantes do Executivo Municipal, Ministério Público e moradores do bairro. Apesar de abranger toda a obra e suas especificidades, como a execução do Emissário Submarino, a discussão serviu também para evidenciar o impasse entre a Prefeitura e a população do bairro, acerca do projeto do Parque Ecológico que deverá ser construído ao lado do Reservatório de Detenção I.
O imbróglio que compreende a construção do equipamento teve início ainda no ano de 2009, quando o município ofereceu os serviços de um arquiteto para que a população elaborasse um projeto de um parque a ser instalado às margens de uma lagoa de captação. De acordo com o titular da Secretaria Municipal de Obras Públicas e Infraestrutura (SEMOPI), Demétrius Torres, o projeto foi finalizado e orçado no valor de R$ 700 mil. O valor total disponível pela Prefeitura para a execução desta obra, segundo Torres, é de R$ 1,5 milhão.
“Após o acerto da Prefeitura com a população, um novo grupo de moradores surgiu com um novo projeto, e solicitou a apresentação desta nova proposta”, disse. Este projeto alternativo, desenvolvido em parceria pelas arquitetas Graça Madruga e Viviane Teles, é diferente do inicial e contempla métodos construtivos sustentáveis, seguindo as premissas do “ecologicamente correto”, conforme explica o secretário. Os detalhes destes programas foram explicados durante a audiência de hoje.
De acordo com Viviane Teles, o espaço foi pensado de forma condizente com as necessidades da comunidade e com as condições da Prefeitura. “Os materiais propostos para este projeto são naturais, o mercado internacional está cheio deles e aqui no Brasil algumas empresas já estão começando a comercializá-los”, comentou a arquiteta.
Ao contrário das alegações de Demétrios Torres, a população do bairro não considera a existência de dois projetos, mas de apenas um, o que foi desenvolvido pelas duas arquitetas. “Não entendo de onde se originou toda esta celeuma. Não existem dois projetos distintos, existe apenas um projeto, o que foi desenvolvido pela Viviane Teles e a Graça Madruga, e aprovado pelos representantes da Prefeitura e moradores durante uma reunião no Palácio Felipe Camarão no mês de abril", conta o morador do bairro e diretor da Arsban, Aristotelino Monteiro.
Em sua avaliação, o Parque Ecológico de Capim Macio é mais do que uma simples praça, ele se apresenta como uma proposição da população, cujo o objetivo é alterar o atual modelo de drenagem, que se resume a abertura de “grandes buracos”, ou lagoas de captação. “O parque representa o coroamento de um movimento de preservação ambiental, portanto, é natural querer que o projeto do parque, bem como sua utilidade, seja voltado a esta visão preservacionista”, explica.
De acordo com ele, a divergência entre Prefeitura e população é resultado de um desencontro de informação, cuja origem ele também desconhece. "O que a população espera, entretanto, é que a administração municipal cumpra com o acordo feito e execute o projeto. Até porque o executivo municipal deve ter compromisso com a palavra dada, pois quando a palavra é mudada no meio do caminho, todos ficam sem referência e as confusões se originam", disse.
De acordo com o titular da Semopi, uma nova audiência será marcada para discutir o assunto nos próximos dias. Desta vez, a população já poderá contar com o estudo orçamentário do projeto do parque desenvolvido pelas arquitetas, que atualmente está sendo calculado pelos técnicos da secretaria.
Drenagem de Capim Macio
De acordo com o secretário da Semopi, as obras de drenagem e esgotamento sanitário de Capim Macio estão em fase final e serão concluídas em setembro. "A Prefeitura já executou praticamente todas as lagoas de captação e, atualmente, está montando o sistema de bombeamento. Esta semana estaremos liberando o restante das ruas para serem iniciadas. Portanto, imagino que até o final de setembro esta obra esteja concluída com exceção do emissário", disse.