Por Michele Oliveira
Numa tarde de domingo, 15 de abril, a área localizada por trás do supermercado Extra, em Ponta Negra, foi cenário de um grande encontro de amigos, desconhecidos e visitantes. A terceira edição do brechó, desta vez cultural, foi organizada pelos Amigos do Parque e agregou pessoas não só do bairro de Capim Macio. As outras edições foram em fevereiro (de carnaval) e em dezembro (de natal). A proposta foi de vender, trocar ou doar objetos, roupas, cd's, livros, artesanato, comidinhas e o que a criatividade desse conta, num espaço coletivo e atrativo, com intervenções culturais, música ao vivo, danças circulares e apresentação do Grupo Egbé Capoeira Angola.
O Parque de Capim Macio há cerca de três
anos vem sofrendo com as obras inacabadas da lagoa de captação, que
ocupa metade da área, além de diversos impasses da Prefeitura para
realizar o projeto de urbanização. Desta forma, fica vulnerável a ações
ilícitas e maldosas, que utilizam o Parque de maneira inadequada. De
acordo com a radialista Joanisa Prates, 25 anos, o espaço é a última
área verde do bairro e os moradores devem ter consciência de
conservação. "Aqui é um lugar público e é para ser utilizado, não
precisamos esperar que fique urbanizado para usufruir, o ambiente já é
bastante convidativo", ressalta. Além de moradora do bairro, Joanisa faz
parte do grupo que está à frente da luta pela conservação do parque
junto à Prefeitura.
A pedagoga e arte-educadora Telma Romão,
49 anos, também à frente do projeto, conta que o brechó é só mais uma
desculpa para que todos fiquem juntos e valorizem o Parque, é um ponto
de convergência, e que sempre são abertos espaços para que cada vez
mais, diferentes pessoas participem. "Abraçar essa causa dá a sensação
de satisfação de ser gente, de plenitude, de estar fazendo algo como
constituição de si mesmo. É construtivo, criativo e amoroso", afirma.
Segundo Telma, o espaço é terra de
ninguém, a prefeitura tem a pedagogia da mentira e não se pode confiar,
por isso "a partir da gente temos tudo, os que têm o poder não fazem,
mas nós temos podido fazer". A causa dos Amigos do Parque tem o apoio da
Urbana e do Ministério Público. "Sempre que o Bandeira (Urbana) pode,
nos atende com todo o carinho e a Gilka (promotora meio ambiente do MP)
também é a favor do nosso projeto", conclui.
Eloisa Elena Prates, professora, 58 anos
e mãe de Joanisa, explica que a ideia de fazer o brechó surgiu a partir
do movimento de revitalização do parque, como uma maneira do lugar não
ficar parado e não marginalizar. O primeiro foi feito em dezembro, e
então o grupo decidiu fazer a cada dois meses, para ter uma rotatividade
de produtos. Eloisa conta ainda que as pessoas estão aderindo cada vez
mais a ideia como se fosse uma grande família. No brechó de domingo,
cerca de 200 pessoas circularam no espaço. "O sentimento é
indescritível, é muita emoção saber que preservamos um pouco da natureza
e que consegui passar isso para meus filhos. É um lugar mágico, com
muita energia boa e agradável!", exclama.
As entrevistadas garantem que para fazer parte da causa, é só ter
vontade, chegar e se juntar ao grupo. Todas as pessoas serão bem
recebidas. O próximo brechó será, provavelmente, em junho com o tema São
João, todos podem participar e a estrutura é por conta de cada
expositor. Para saber um pouco mais sobre o projeto do Parque de Capim
Macio basta acessar o site www.parquedecapimmacio.org.br, mais
informações, pelos telefones 8838-5881 ou 9938-6462.
Fonte: FOTEC
0 comentários:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.