sexta-feira, 4 de julho de 2008

Moradores de Capim Macio vítimas das chuvas irão entrar com ação contra Prefeitura

sexta-feira, 4 de julho de 2008
Repórter: Karla Larissa
Fotos: Cedida e Fátima Elena
Eles atribuem inundação ao não funcionamento de duas das três lagoas de captação e temem que situação se agrave com a paralisação das obras a pedido do MP. O nível da água chegou a 1,5 metro.


Os moradores das ruas Gerson Dumaresq e João Florêncio, no bairro de Capim Macio, zona sul de Natal, vão entrar com uma ação conjunta contra a Prefeitura de Natal por motivo dos prejuízos que tiveram com a inundação de suas casas, causada pela torrente de água que caiu na cidade na segunda e terça-feira desta semana.

Eles atribuem a inundação ao não funcionamento de duas das três lagoas de captação e dizem que os estragos poderiam ter sido evitados se as comportas por onde passa a água de uma para a outra tivessem sido abertas.

O nível da água chegou a 1,5 metro. Três dias após as fortes chuvas, os moradores ainda estão tirando a água de casa e o que sobrou dos móveis. A maioria das famílias prejudicadas, 20 no total, está hospedada em hotéis porque ainda não há condições de voltar às residências. E também elas temem que a situação piore nas próximas chuvas com a paralisação das obras de drenagem, por recomendação do Ministério Público.

Na última sexta-feira (27), os moradores participaram de uma audiência pública na Câmara dos Vereadores pedindo que a promotora do meio ambiente Gilka da Mata não entrasse com uma ação para a paralisação das obras. Mesmo assim, nesta semana a promotora ajuizou a ação, alegando irregularidade no licenciamento ambiental. A Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo acatou o pedido.

Para o morador José Sólon, a paralisação das obras só vai piorar a situação. Ele considera a atitude da promotora “radical”. O engenheiro agrônomo perdeu todos os móveis e teve o muro de sua casa destruído. “Corremos risco de sermos atingidos”, atenta.

“Vamos entrar com uma ação contra o município e se possível até contra a promotora”, explica Ricardo Aguilar.

Ricardo Aguilar também perdeu tudo, até o carro. Ele conta que teve que sair de casa às 2 horas da madrugada com a esposa e duas crianças apenas com algumas roupas e os documentos. “Eu ia me mudar para Goiânia no dia 25. A empresa em que eu trabalho está me esperando lá, mas não vou ter como me mudar porque perdi tudo”, desabafa e acrescenta “vamos entrar com uma ação contra o município e se possível até contra a promotora”.

A família de Pablo Lula teve que contratar uma empresa para retirar a água de casa. O muro que separa a casa da vizinha também desabou. “Se as outras lagoas estivessem funcionando poderia ter sido diferente. Agora com uma paralisação das obras tudo pode se repetir na próxima chuva”.

Pablo Lula diz que fará parte do grupo de moradores que irá entrar com uma ação por danos morais contra a Prefeitura. Ele lembra, porém que em 1998 aconteceu a mesma coisa. “Entramos com uma ação, mas até agora não recebemos nada”.

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