segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Capim Macio: obra liberada, mas paralisada

segunda-feira, 24 de novembro de 2008
Texto e foto: Maiara Felipe
Moradores estão se revezando no terreno, onde está sendo iniciada uma das lagoas de captação do bairro, na intenção da construção não ter andamento. Os moradores estão divididos em três grupos para tentar paralisar o desmatamento da área.

O juiz substituto da 1ª Vara da Justiça Federal, Carlos Wagner Dias Ferreira liberou a continuação da drenagem do bairro de Capim Macio, na última quinta-feira (21), porém a construção da lagoa de captação está parada. Moradores estão se revezando no local pata impedir a continuidade da obra.

“Queremos a existência da lagoa, mas junto com um parque”, sintetizou o desejo dos residentes no bairro, o morador Manuel Canuto. Ele estava na tarde desta segunda-feira (24), no terreno da lagoa (RD1), que fica por trás do supermercado Extra e faz parte do grupo das quatro lagoas, da obra de drenagem de Capim Macio.

Segundo Canuto, a proposta apresentada pela prefeitura é retirar as árvores do terreno e para compensar colocar 100 mudas no Parque da Cidade. “ Precisamos de uma área de lazer. A lagoa pode ser aliada a um espaço natural para os moradores. E além disso, não quero precisar ir até o Parque para respirar ar puro”, declarou o morador.

De acordo com o coordenador do movimento SOS Ponta Negra, Yuno Silva, um grupo de moradores tentou ser recebido pelo prefeito Carlos Eduardo, mas não tiveram sucesso. Como representante, o deputado estadual, Fernando Mineiro conversou com o chefe do poder executivo municipal.

O deputado conseguiu marcar para a próxima quarta-feira (26), na sede da prefeitura, uma reunião entre os moradores e Carlos Eduardo.“Acho que Carlos Eduardo deveria terminar a gestão dele escutando a opinião dos moradores”, disse Yuno Silva.

Os moradores estão divididos em três grupos para tentar paralisar o desmatamento da área da lagoa. Um grupo tentou conversar com o prefeito, outros foram ao Ministério Público (MP) levar alguns documentos e o restante faz revezamento no terreno. Ao MP foram entregues mais de duas mil assinaturas.

MINISTÉRIO PÚBLICO

O Ministério Público Federal no Rio Grande do Norte (MPF/RN) ingressou nessa sexta-feira (21), com um pedido urgente para que seja realizado, antes de qualquer desmatamento, um inventário acerca da fauna e flora que abrangem o projeto de drenagem do bairro de Capim Macio.

O objetivo do pedido é avaliar os impactos negativos decorrentes da construção de uma lagoa de captação no referido local. Para o MPF/RN no Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (Eia/Rima) realizados não existe qualquer levantamento formal ou informal acerca da fauna e flora da região.

A ação cautelar ajuizada pelo Ministério Público Federal destaca, ainda, que avaliação dos impactos deverá levar em consideração a função ambiental relativa à preservação dos recursos hídricos, à paisagem, à estabilidade geológica, à biodiversidade, ao fluxo gênico da fauna e flora e à proteção do solo.

A ação cautelar incidental de produção antecipada de provas, como se denomina o pedido feito pelo Ministério Público, será julgada pelo juiz substituto da 1ª Vara da Justiça Federal, Carlos Wagner Dias Ferreira.

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