CAPIM MACIO - Prefeito Carlos Eduardo sugere a criação de uma comissão para discutir futuro da obra de drenagem
A primeira reunião para reavaliar o projeto de drenagem em Capim Macio e Ponta Negra acontece hoje na Secretaria Municipal de Obras e Viação (Semov), juntamente com a Comissão Técnica de Moradores dos dois bairros, designada ontem. A equipe foi criada por sugestão do prefeito Carlos Eduardo durante uma reunião na manhã de ontem para discutir o futuro da obra de drenagem. Na terça-feira (25) as licenças ambientais de dois reservatórios de detenção (RD-1 e RD2) foram suspensas por ordem judicial do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, em Recife (PE).
O recurso foi interposto pelos Ministérios Públicos Federal e Estadual, e impede apenas a continuidade do desmatamento, e não propriamente o avanço da obra. Porém, o secretário da Semov, Damião Pitta, explica que tecnicamente a área que não será mais desmatada deve ser compensada de outra forma, para que a lagoa de captação mantenha a mesma capacidade para receber a água da chuva.
“Vejo apenas três saídas. Cavar mais fundo para manter a dimensão do reservatório, adquirir outros terrenos adjacentes à área para construir novas lagoas ou por fim, aumentar a vasão do emissário submarino, que transbordaria a água excedente para o mar mais rápido, porque o volume de água armazenada nas lagoas será menor”. Ele esclarece que cada situação depende de novos estudos técnicos ambientais.
Por outro lado, os moradores admitiram que não possuem um projeto pronto para apresentar como alternativa ao que estava em execução, mas levantaram a possibilidade de construção de um “parque alagável” em substituição às lagoas. “Esse modelo é utilizado há muitos anos em Goiânia, e eles foram construídos exclusivamente para receber a água excedente das chuvas”, diz o ambientalista Yuno Silva, que esteve na reunião com o prefeito.
O principal argumento dos moradores é que o local onde está sendo construído o RD-1 é a última área verde da região, e que o modelo de captação por lagoas não recebe manutenção. “Somos a favor da drenagem, mas não da forma que está sendo feita. Essa obra é complexa e a mais importante da zona Sul, mas não podemos desprezar a área verde”, disse a moradora e arquiteta Milena Sampaio. A presidente da Associação dos Moradores de Ponta Negra, Maria das Neves Valentim, que mora em frente a uma lagoa de captação construída em 1998, diz que todo ano sua casa é alagada no inverno. “Sem gestão e manutenção dessas lagoas, das bombas, não adianta”.
O prefeito Carlos Eduardo sinalizou positivamente para mudanças no projeto, mas rebateu as críticas sobre a “falta de atenção” com a natureza. “Foram muitas discussões até chegar a este projeto. Buscamos os melhores especialistas, inclusive técnicos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (Bird)”, argumentou. O prefeito disse ainda que foram mais de dez meses de discussão até chegar a solução mais viável. Atualmente, mais de 70% das obras de Capim Macio foram executadas, faltando a última etapa de um total de quatro, de investimento superior a R$ 45 milhões.
A reunião de ontem teve ainda a presença da secretária Ana Míriam, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb).
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